O festival de dança no Cairo 22/06/2017


 

O Primeiro contato com a cultura árabe no Egito. O primeiro contato é mágico. Sentimos logo a predominância da religião islâmica (que é 90% do país), mulheres bem cobertas, homens falando muito alto e gritando como se estivessem brigando, mas na verdade é somente uma conversa entre amigos.
 
Filas, nem pensar, quem estiver na frente entra primeiro. Mulher fumar e mascar chiclete nas ruas do Cairo, nem pensar, é possível uma agressão verbal.

O povo egípcio é muito parecido com o povo brasileiro, são bem receptivos, é chegar e ter um bom copo de KarKadê gelado (Chá tipicamente egípcio) uma delícia… O idioma utilizado atualmente é o árabe, mas para venderem são capazes até de falarem português.

Alguns costumes
 
A alimentação é bem diferente do que a maioria pensa conhecer. O que conhecemos aqui é a comida típica libanesa, no Egito não tem kibe, nem esfirra. O prato mais conhecido e degustado pelos egípcios é o “KuKo”, pomba recheada, e acreditem com fome é bem gostoso. O que podemos apreciar com bom gosto é o Falafel, comida típica egípcia. A moeda é a Libra egípcia (Pounds), que vale metade do real.
 
A dança do Ventre no Egito Atualmente
 
A dança existe na maioria dos hotéis cinco estrelas. Porém para que ocorra o festival no Cairo, é necessário que tenha um acordo com a política. Existem apresentações com as bailarinas mais conceituadas que são realizados nos hotéis, divulgados em jornais e televisão, e existe a dança nos barcos faraônicos por todo o rio Nilo. Existem também os cabarés, onde o mais famoso é o cabaré da Lucy. (Bailarina conceituada, porém dança e é proprietária do mesmo).

A bailarina no mundo árabe (isso no meu ponto de vista pessoal), não é a prostituta que ninguém levaria para sua casa, mas também não é a mulher que serviria para casar. Ela é um intermediário entre a Deusa e o profano, ela é bem vista, bem recebida na casa de um árabe, mas não serve para ser sua companheira, nem fazer parte da sua familia. As vestimentas atuais são bem modernas, quase sem franjas e muito ousadas.
Shows somente com música ao vivo, onde temos no mínimo 25 músicos, é realmente lindo.
 
A reação da plateia, é bem diferente, pois lá um show com uma bailarina costuma ser de aproximadamente uma hora e meia e todos assistem com tranqüilidade e alegria admirando cada movimento. Cada bailarina possui sua própria banda e derbakista, trocou o show , trocou a banda. Presenciei muitas mulçumanas assistindo shows e gostando muito, famílias árabes colocando suas filhas em cima da mesa. No cabaré e em outros lugares de dança , a famosa “caixinha”, não é colocada no corpo da bailarina e sim jogada sobre o corpo da mesma.

As diferenças de estilos de dança entre as cidades vizinhas
 
Na própria dança não há muita diferença, as cidades vizinhas, são mais atrasadas, o que percebemos são diferentes estilos e momentos. As bailarinas que não são conhecidas, tem um aspecto de cansaço, como se estivessem dançando realmente como um simples trabalho , sem arte e sem muita emoção. A diferença maior é nas danças folclóricas, pois cada dança é ligada á uma região.
 
As bailarinas que se destacam hoje no Egito Dina / Randra / Lucy / Dandash E com carinho nossa querida brasileira Soraia Zaied.
 
O contato com bailarinas egípcias
 
Bom, conhecer pessoalmente e estudar com – Zuher Zaki, Nájua Fouad, Mona Said, Raquia Rassan, Dina, entre outras.
 
Não tenho muitas palavras, foi realmente maravilhoso, e às vezes é melhor conhecer algumas estrelas somente em vídeo (Mona Said).

A experiência de praticar cursos e aulas no Egito
 
Sem dúvida alguma, ir ao Egito e ver pessoalmente os shows, uma banda árabe (de verdade), músicos famosos, para uma profissional da dança, é religioso, é como ser mulçumano e não ir a Meca, pelo menos uma vez. Minha dança com estas viagens e experiências, cresceram muito e deixei de ter muitas dúvidas, pois fica tudo mais claro e não há invenções.
 
Algumas Dicas
 
Não acreditem em tudo que te falam, pesquise, discuta, leia e chegue na sua verdade.
 
A sensação de apresentar-se no Egito

É pura emoção. Os músicos são os coadjuvantes e a bailarina a atriz principal. Os músicos seguem a dança, prestando atenção em cada movimento da bailarina, e isso deixa a dança com mais graça e suavidade.
Importante – A bailarina egípcia, produz o seu show, coreografia, música, figurino. Faz o mesmo show durante um ano inteiro, este mesmo show no inicio de temporada é ensaiado de 3 a 4 horas todos os dias, e ela tem a sua própria banda, que é trocada a cada show, cada bailarina com a sua banda. (Chic, né!) Essa é a grande diferença de um show (profissional), com o que fazemos aqui com música ao vivo, sem ensaio, sem programação nenhuma.

O festival de dança no Cairo
 
É um marco na história, onde encontramos bailarinas de todo o mundo (40 países) e trocamos experiências e informações que nos servem para a vida toda. O festival é super desorganizado, mas nem tudo é perfeito.
Sem dúvida viver 5000 anos de história, ver as pirâmides, e sentir o cheiro de jasmim, é tudo de muito bom!!
Queridas meninas, espero que esta simples leitura possa trazer um pouco de informação, e espero vocês comigo na próxima viagem. Até lá!
 
Com carinho,
 Brasil